Na tarde desta quinta-feira (3), o governador do Estado, Beto Richa, retomou concessão de licenciamento ambiental para novos empreendimentos hidrelétricos que serão instalados no Paraná. A ação aconteceu com a entrega de nove licenças préviaspara Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH).

Além dos dez empreendimentos, onde seis irão beneficiar municípios do Sudoeste, o governador fez a entrega do documento para a PCH Tigre, que será construída no Rio Marrecas, no município de Mangueirinha.

As pequenas centrais hidrelétricas e centrais geradoras de energia têm potência máxima de produção de 30 megawatts (MW),capacidade para atender cerca de 35 mil pessoas. No total, o potencial de geração destes empreendimentos hidrelétricos pode chegar a 91 megawatts — quantidade referente ao consumo de até 240 mil pessoas. O investimento é estimado em R$ 455 milhões.

A expectativa é que a PCH Tigre gere 9 MW/hora de energia. Para isso, serão investidos mais de R$ 100 milhões que irão criar diretamente mais de 200 empregos para a região. “Esse investimento mudará a história de Mangueirinha. Somos uma região com potencial para instalação de hidroelétricas, por isso é importante poder contar com o governo responsável e que investe nesse setor. Durante muitos anos sofremos com a falta de visão estratégia de outros governantes”, afirmou o prefeito de Mangueirinha, AlbariGuimorvam.

De acordo com o subchefe da Casa Civil do Governo do Estado, Guto Silva, alguns outros processos serão necessários para a instalação, contudo a licença prévia é um dos primeiros passos para que todo o processo aconteça.

Conforme Guto, desde 2003 não havia liberação de licença prévia para a construção de PCHs. A retomada representa o entendimento de que é necessário ampliar a matriz energética e que as ações desenvolvem localmente as regiões.

Embora exista a previsão de investimento de cerca de R$ 455 milhões nos dez empreendimentos, o subchefe da Casa Civil do Estado explicou que os recursos serão injetados através de iniciativa privada. Como são pequenas hidrelétricas, “não é um negócio da Companhia Paranaense de Energia (Copel)”.

Guto contou que na maioria das vezes os proprietários das PCHs são empresários que mais tarde instalam indústrias nos locais, pois energia mais barata pode representar capacidade de competitividade.

Sudoeste

Como seis dos dez empreendimentos devem ser instalados na região, municípios como Mangueirinha, Francisco Beltrão e Bom Sucesso do Sul serão beneficiados como o fomento de empregos e fixação das indústrias locais. Mangueirinha deverá sediar três PCHs.

Potência

As pequenas centrais hidrelétricas têm potência máxima de produção de 30 megawatts (MW). Este tipo de hidrelétrica é utilizado principalmente em rios de pequeno e médio porte, com o aproveitamento da geografia natural do percurso (curva ou desnível), gerando potência hidráulica suficiente para movimentar as turbinas.

Todo o processo de concessão de uma PCH no país é conduzido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão regulador ligado ao governo federal. Aos estados, cabe apenas a análise ambiental dos projetos.