São cinco os municípios do Sudoeste do Paraná que aderiram à greve dos bancos desde a última semana. Conforme informações do Sindicato dos Bancários do Sudoeste do Paraná, Pato Branco, Francisco Beltrão, Capanema, Dois Vizinhos e Realeza estão com todas as agências fechadas.

O vice-presidente do Sindicato, Gervásio José Rohde, conta que até os banqueiros não voltarem às mesas de negociação haverá o aumento de pressão e, com isso, novas agências acabam entrando na mobilização, que é nacional. “Inclusive os bancários já encaminharam ofício à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) querendo resolver o impasse na mesa de negociação, mas não tiveram resposta”, diz Rohde.

Sobre as reclamações mais frequentes na região Sudoeste, o vice-presidente diz que o Sindicato tem estado na porta dos bancos conversando com as pessoas e, com isso, vê-se a dificuldade em alguns pagamentos, cartões bloqueados, senhas canceladas e depósitos que às vezes não entram.

Em Pato Branco há seis agências fechadas, o que engloba 160 funcionários, aproximadamente. Rohde diz que esta greve já é a maior em 20 anos.

Conforme informações do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, a greve, que ontem completou 15 dias, segue forte no Paraná. com 1.202 agências fechadas e cerca de 27 mil bancários de braços cruzados.

No total, o Paraná tem 31,3 mil bancários e 1.591 agências. Além dos sindicatos filiados à Fetec-CUT-PR – Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo, Umuarama e suas respectivas regiões – e que representam 80% do total de trabalhadores, existem ainda as bases de Cascavel, Cianorte, Foz do Iguaçu, Goioerê, Maringá, Paranaguá, Pato Branco, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e União da Vitória e suas respectivas regiões, filiadas à FEEB-PR.

Comércio teme perdas de até 30%

Preocupados com os danos que a greve dos bancários pode causar, representantes do comércio enviaram ontem uma carta à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) pedindo um acordo "imediato" entre bancários e empresários.

O objetivo principal da iniciativa é evitar que a paralisação se prolongue até o quinto dia útil do mês, período em que a maioria das empresas executa suas folhas de pagamento. A previsão é que o setor tenha perdas de até 30% se a greve se prolongar até esta data.

Esse é o momento em que os consumidores vão aos bancos para sacar dinheiro, pagar boletos e compensar cheques, explica a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

"As micro e pequenas empresas já enfrentam dificuldades diárias por conta da carga tributária excessiva e pela pesada folha de pagamento e não podem ficar reféns desta paralisação", afirmou o presidente da entidade, Roque Pelizzaro Junior, em comunicado.

Procurada, a Fenaban diz lamentar os incômodos causados pela paralisação e diz que "está empenhando todos os esforços necessários para chegar a um acordo com as lideranças sindicais dos bancários". A entidade também declara que, até o momento, não recebeu nenhum ofício da CNDL.

O que querem os bancários?

Eles pedem reajuste salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real – acima da inflação. Até o momento, porém, os bancos ofereceram correção de 6,1%.

O sindicato dos bancários entregou sua pauta de reivindicações aos bancos e houve algumas rodadas de negociações. Como não houve avanço no início de setembro, em assembleia, os trabalhadores votaram pela paralisação que começou dia 19 de setembro. Até ontem os bancos não apresentaram uma contraproposta.

Além do reajuste, os bancários querem piso salarial no valor de R$ 2.860,21 e a Participação nos Lucros e Resultado (PLR), correspondendo a três salários base mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15.

Outro pedido é a valorização dos vales refeição e alimentação (um salário mínimo, R$ 678), além de melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas.

 

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