O Grêmio acredita ter o caminho para eliminar o Corinthians, chegar à semifinal e manter vivo o sonho do pentacampeonato da Copa do Brasil, após 0 a 0 em São Paulo nesta quarta. E, embora pareça contraditória, a tática tem um elemento misterioso e outro propagado aos quatro ventos. Se Renato prega paciência em definir escalação e esquema ao jogo do dia 23 de outubro, a direção e os jogadores elegeram a força da torcida como diferencial para, com pressão ao adversário, tornar a classificação mais fácil. Esperam, enfim, a Arena lotada, ou com ao menos 50 dos 55 mil lugares tomados, algo inédito em jogos oficiais.

O recorde foi registrado diante da LDU, em 30 de janeiro, pela fase preliminar da Libertadores, quando 41.461 tricolores vibraram com a classificação nos pênaltis - após 1 a 0 no tempo normal - ao Grupo 8 e se assustaram com a queda da grade da geral. Na comemoração do gol de Elano, o movimento da avalanche fez a proteção ceder. Sete pessoas ficaram feriadas, o que determinou a interdição do espaço por seis meses. A reabertura, com os gradis, o que pôs fim à tradicional comemoração de gols, reduziu a capacidade do espaço de 8 mil a 5,5 mil. O que pode aumentar o feito, afinal, a média nos 22 jogos (Gauchão, Brasileirão e Copa do Brasil incluídos) é de 23.263 pessoas.

- Torcedor, anote na sua agenda: é dia 23. O jogador necessita o apoio da torcida, ele gosta. Precisamos de 50 mil torcedores no jogo de volta. Vamos enfrentar o campeão do mundo - convocou o assessor de futebol Marcos Chitolina.

O atacante Kleber confirmou:

- Será na frente da nossa torcida, no nosso estádio. É melhor para fazer o resultado.

A Arena-Porto Alegrense, gestora do estádio, sequer divulgou o serviço da venda e os preços dos bilhetes. É provável que nova promoção seja feita para facilitar a ida do torcedor. A assiduidade é motivo de estudo, aliás, conforme o presidente Fábio Koff.

O fator da torcida do Grêmio será decisivo para passar pelo Corinthians. É verdade que nós não temos conseguido lotar a Arena. Estamos fazendo inúmeras pesquisas, se é preço ou se é o time que não tem entusiasmado - comentou o dirigente.

Renato manteve o discurso da importância do torcedor. Porém, adotou calma. Disse que há tempo até o jogo de volta. Deixou no ar como montará a equipe: há os esquema 3-5-2, o mais usado, e o recente 4-3-3, utilizado no empate sem gols da partida de ida. Há confrontos com São Paulo, Atlético-PR, Botafogo, Criciúma, Fluminense, Corinthians e Inter, todos pelo Brasileirão, antes da decisão com o Timão.

- Não importa quem vai jogar, tem quase um mês pela frente. Até lá, muita coisa pode acontecer. Vamos pensar no Brasileirão agora. Na volta, esperamos todos à disposição. Não vou começar a quebrar minha cabeça ainda. Três dias antes eu começo para ver de que forma vamos jogar. Nosso respeito continua, faltam 90 minutos para buscar o resultado que nos interessa - disse o treinador.

 

O Grêmio retorna a Porto Alegre na manhã desta quinta-feira. No domingo, pelo Nacional, visita o São Paulo.