De um lado, Renato. Na outra extremidade, Dunga. O duelo que será visto no Gre-Nal 393, do próximo domingo, na Arena, somente não será inédito por uma razão: há quase 30 anos, quando ambos eram atletas ascendentes na Dupla, se enfrentaram clássico uma única vez. Foi no empate em 1 a 1, em partida realizada em 2 de outubro de 1983, no Beira-Rio, pelo Gauchão. 

Conforme publicação do jornal Zero Hora do dia seguinte a partida, tratou-se de “empate, num belo Gre-Nal”. Pelo lado vermelho, Dunga era um dos principais homens de contenção e ainda opção para arremates de meia distância. Já Renato surgia sempre como alternativa perigosa pela ponta direita. E como é corriqueiro no DNA dos clássicos, foi repleto de polêmicas.  

Clássico polêmico

A começar pelo gol do Inter, já na segunda etapa. Da meia direita, o atacante Silvinho lançou em curva para a área e encontrou o lateral-esquerdo André Luís, como homem-surpresa. Após o desvio de cabeça, Mazaropi espalmou. Na pequena área, Mauro Galvão tocou para o gol. A bola rebateu em Paulo Roberto. Mas, de acordo com o árbitro Roque José Gallas, já havia ultrapassado a linha da goleira.

- Foi um gol meio estranho, um bate-rebate na área e eu mandei para dentro. Foi um gol meio polêmico. Eu só fiz dois gols em Gre-Nal, então eu lembro. Marcar em Gre-Nal é muito difícil, imagina para zagueiro – conta Mauro Galvão. - Acho que a bola entrou. O juiz deu o gol e eu comemorei, né? Não dei nem tempo para ele pensar.

Indignado, Renato acelerou atrás do juiz. Reclamou acintosamente e acabou punido com cartão amarelo, assim como Osvaldo - outro que iria cravar nome na partida.

O Grêmio correu atrás e chegou ao empate. Novamente, lance duvidoso. Quase do meio de campo, Paulo Roberto fez um daqueles lançamentos que receberia o apelido de “cirúrgico”. Encontrou Osvaldo na entrada da grande área. Chute cruzado, sem chances para Benítez: 1 a 1.

Dessa vez, a reclamação de colorados era para um impedimento de Osvaldo. Mais uma vez, Roque José Gallas garantiu a legalidade do lance.

Aquela era a estreia de Osvaldo em clássicos. Teve o saber de entender o que significa marcar contra o principal rival.

- Gre-Nal é sempre difícil, fica na história. O gol do Mauro Galvão foi muito duvidoso, teve muita reclamação. Depois, tivemos que forçar. Sempre tive a felicidade de marcar contra o Inter. Sempre gostei disso, mas com todo respeito ao clube – recorda Osvaldo.

O confronto manteve o ritmo e foi movimentado até o final. Teve bate e rebate na área do Inter, tentativa de bicicleta de Renato, belos dribles e Ruben Paz e chute perigoso de Gérson. Não era um dia, no entanto, para ser ter um lado vencedor. E o empate saiu justo.

Respeito e carinho aos treinadores

Personagens daquele clássico do passado, Mauro Galvão e Osvaldo lembram bem daquele jogo. Mais do que isso. Recordam de como eram Dunga e Renato.

Aquele de 1983, não foi um Gre-Nal decisivo, assim como o confronto do próximo domingo, de 2013, também não será. A diferença é que os clássicos nunca são esquecidos. E o primeiro da Arena, terá lugar em camarote na história. O duelo entre vermelhos e azuis. O confronto entre Renato e Dunga.