O Paraná receberá inicialmente apenas 9% do total de médicos que solicitou ao governo federal pelo programa Mais Médicos, que tem o objetivo de ampliar o número de profissionais a serviço do Sistema Único de Saúde (SUS). Lista divulgada ontem pelo Ministério da Saúde mostra que, nesta primeira etapa do programa, 27 municípios paranaenses serão contemplados com a contratação de 91 profissionais – ao todo, 286 prefeituras do estado se cadastraram, solicitando 969 vagas.

O ministério informou que fará novas seleções até que toda a demanda dos estados seja atendida. No país, a primeira chamada deve preencher somente 11% da expectativa dos municípios, já que 1.753 médicos que apontaram o local onde querem trabalhar serão chamados, enquanto a demanda sugerida foi de 15,4 mil profissionais.

A próxima chamada de médicos e municípios começa dia 15 de agosto. O médico que concluiu o cadastro, mas não informou em que município quer atuar, poderá indicar as opções a partir dessa data. Já os 1.753 profissionais selecionados nessa primeira etapa têm até amanhã à tarde para homologar a participação no programa e assinar um termo de compromisso – como nem todos foram direcionados para sua primeira cidade de escolha, pode haver desistências ou remanejamentos. A lista final será publicada na segunda-feira.

Segundo o Ministério da Saúde, das 1.753 vagas preenchidas, 51% estão em municípios de maior vulnerabilidade social do interior e 49% nas periferias de capitais e regiões metropolitanas. No Paraná, Curitiba deve receber o maior número no estado: 21 médicos (veja infográfico). Outras 13 cidades serão contempladas com a vinda de um médico.

Os profissionais que participarem do programa atuarão por três anos na rede de atenção básica à saúde e receberão uma bolsa-formação, paga pelo governo federal, de R$ 10 mil por mês. Além disso, os participantes terão uma ajuda de custo para instalação na cidade onde irão trabalhar. Ao aderir ao programa, os municípios ficam responsáveis pela moradia e alimentação desses médicos.

Estrangeiros

Outros 1.920 médicos com diploma estrangeiro que se inscreveram têm até a próxima quinta-feira para completar o cadastro. Segundo o Ministério da Saúde, a prioridade nas próximas contratações continuará sendo dos médicos brasileiros e as vagas não preenchidas serão ocupadas pelos estrangeiros.

A possibilidade das cidades receberem médicos que atuam fora do país é um dos pontos mais polêmicos do projeto. A medida tem sido criticada por entidades de classe, sobretudo pelo fato de o programa não exigir a revalidação do diploma dos profissionais estrangeiros.