O cerco àqueles que fazem uso incorreto dos serviços públicos começa a se fechar. Relatórios novos e mais detalhados disponibilizados a partir de 6 de junho de 2013 ao Samu 192 Sudoeste do Paraná, conforme atualização do Sistema SR Samu/Datasus do Ministério da Saúde, permitem rastrear com maior precisão, entre outros dados, as origens dos “trotes” passados ao 192. No total, até agora, o Samu 192 Sudoeste recebeu 15.287chamadas que geraram 9.382 atendimentos.

O dado mais chocante é que dos 1.993 trotes (13% do total de chamadas ao 192) passados ao Samu desde o início do atendimento (21/02) até as 9h40 da manhã de ontem, 7, 1.855 foram registrados com origem de Pato Branco, o que corresponde a 93% dos totais de chamadas de trotes que atrapalham o bom serviço de salvar vidas. O que pode amenizar esse dado são as chamadas feitas pelo celular, já que o registro desses números de origem do trote, por serem código 46, entram automaticamente para as estatísticas de Pato Branco.

 

Área limpa de trotes

Os 27 municípios na área de abrangência da 8ª Regional de Francisco Beltrão podem ser considerados “livres de trotes”, uma vez que a soma de todos os trotes passados por Santo Antônio do Sudoeste, Marmeleiro e Francisco Beltrão em quatro meses é de seis ligações de telefone fixo, o que corresponde a 0,30% das chamadas feitas pelos mal-intencionados.

Preocupa muito o mau comportamento de alguns da população de Pato Branco, já que neste município está a Central de Regulação que atende aos chamados feitos pelos 42 municípios do Sudoeste e é uma população que frequentemente aciona o Samu 192 para ocorrência. Os atendimentos feitos já salvaram muitas vidas.

 

 Origens

O que pode ser afirmado sobre os trotes formam dois vértices: feitos por crianças, em especial em horário de saída de escolas; e feito por adultos, com teor, inclusive, de trotes eróticos, o que desconcerta as atendentes do sistema.

Toda ligação feita ao Samu 192 é recebida pelo técnico auxiliar de regulação médica (Tarm), que tem formação técnica em enfermagem. Eles recebem os primeiros dados e, em seguida, transferem o telefone para o médico. Coisas absurdas acontecem no momento de um trote, o que desestabiliza a equipe e desestrutura o atendimento, já que trotes “convincentes” já chegaram a motivar o médico regulador a enviar a ambulância para locais onde, na verdade, não havia nenhuma emergência.