Foi realizada no dia 21 de março, no Fórum da Comarca de Francisco Beltrão, a primeira audiência judicial do caso Gilmar Reolon, 48 anos. Ele é réu confesso da morte do pai Otávio Reolon (65), da esposa Gema (41), dos filhos Gian Lucas (9) e Gissele (14), da sogra Petronília Casanova (84) e da adolescente Indiamara Pereira dos Santos (13). Reolon está preso desde o dia 11 de janeiro no setor de carceragem da 19ª Subdivisão Policial (SDP).

Foram ouvidas oito testemunhas de acusação: duas vizinhas, irmão, cunhado, dois funcionários da Copel (que foram os primeiros a chegar no incêndio criminoso no dia 7 de janeiro de 2010) e mais duas pessoas que emprestaram dinheiro ao suspeito. A audiência foi referente apenas ao processo criminal que está apurando a morte da família. Neste caso, o promotor de acusação é Ricardo Casseb Lois, o advogado de defesa (defensor dativo) Gilberto Carlos Richthcik e a juíza é Juliana Velloso Stankevecz.

 

Só a irmã quis visitá-lo

Os outros dois processos em que ele é réu - pela morte do pai e da adolescente - ainda não tiveram suas audiências agendadas. Segundo informações do advogado, Gilmar Reolon está bem adaptado ao sistema prisional e mantém um clima de respeito com os companheiros de cela. Até o momento apenas a irmã mais velha manifestou interesse em visitá-lo. Na fase inicial dos processos ele deve continuar na cadeia pública, só depois deverá ser transferido para o presídio. 

O fato mais importante até o momento é que a Justiça aceitou o pedido de exame de sanidade mental apresentado pela defesa. O preso será avaliado por uma equipe técnica do Complexo Médico Penal (CMP), que é um sanatório judicial, em Curitiba, no dia 28 de agosto. O parecer do psiquiatra forense, representante do Estado, será crucial para a continuidade do processo.

 

Hipóteses para o julgamento

Se o médico considerar que os crimes cometidos por Gilmar Reolon foram decorrentes de algum tipo de doença mental, o réu poderá se livrar de enfrentar o júri popular. Nesta hipótese, Reolon poderia vir a ficar internado em uma unidade de saúde mental do Estado cumprindo uma medida de segurança. Lá, passaria por avaliação psiquiátrica periódica (possivelmente uma vez por ano) para averiguar a sensação de periculosidade do acusado. Depois de um determinado período, a junta médica pode, por exemplo, considerar que Reolon não representa mais perigo para a sociedade, sugerindo sua libertação para a Justiça. O caminho inverso é que ele não seja atestado como insano e seus atos sejam julgados por um júri formado por sete pessoas da comunidade, que teriam poder absoluto de decidir pela condenação ou absolvição, mesmo sendo réu confesso. Se condenado, o advogado Gilberto explica que ele poderá pegar uma pena máxima de 30 anos, pelos três processos crimes que responde.