O início do ano letivo nas escolas da rede pública estadual se aproxima e alguns estabelecimentos ainda necessitam de melhorias na infraestrutura. A secretária educacional da APP/Sindicato, Walkíria Olegário Mazeto, destaca que algumas escolas se encontram em situações precárias e que os recursos liberados pelo governo não são suficientes para atender as necessidades de reformas e ampliações.

Ela explica que boa parte destes recursos depende de liberação do governo federal, o que dificulta o investimento. Entre os estabelecimentos que passam por dificuldades está o Colégio Estadual Yvone Pimentel, localizado no bairro Novo Mundo, em Curitiba. Segundo a diretora do colégio, Adriana Kampa, profissionais e comunidade estão angustiados desde 2009 devido à precariedade da estrutura do colégio.

Ela destaca que em 2011 a ideia era encontrar um prédio na região para locação enquanto ocorresse a reforma e ampliação do estabelecimento, o que não foi possível devido a questões de valores e adaptação da estrutura para o ensino. A solução foi a construção de salas improvisadas de 36 m² na quadra poliesportiva da escola. “A nossa maior preocupação é que existem algumas deficiências nas salas adaptadas e pelo longo período que precisam ser utilizadas. No ano passado tivemos alguns problemas com as crianças devido ao excesso de calor”, diz a diretora.

Adriana ressalta que a educação de qualidade é um direito do cidadão, e que algumas reivindicações foram feitas durante o tempo de espera para a realização da obra no Yvone Pimentel. Durante estas férias tendas foram instaladas para aulas de educação física, e a expectativa é pela instalação de aparelhos de ar-condicionado. “Nosso maior objetivo é que a obra se concretize em 2013. Estou otimista, as últimas datas passadas foram cumpridas”, afirma.

A diretora se refere à data de publicação do edital da obra, que ocorreu em 28 de dezembro, e o próximo dia 6 de fevereiro, quando serão abertos os envelopes e divulgada a empresa vencedora da licitação. A assinatura do contrato deverá ocorrer no dia 10, para que no dia 14 se iniciem as obras. O valor total da reforma e ampliação do colégio ultrapassa os R$ 5 milhões. Hoje são quase mil alunos matriculados, sendo 670 no ensino fundamental e médio e outros 323 na Educação para Jovens e Adultos (EJA). “O trâmite burocrático foi moroso, muitos acordos não foram cumpridos, mas agora conseguimos que as datas sejam cumpridas”, diz Adriana.

Outras obras – Recentemente a Secretaria de Estado da Educação (Seed) anunciou realização de algumas obras pelo estado. Na última semana o governador Beto Richa autorizou a abertura de licitação para obras de reparos no Colégio Estadual Attilio Fontana, de Toledo, que atende 1.100 estudantes do ensino fundamental e médio. O valor para as obras de restauração da estrutura do prédio escolar ultrapassa R$ 450 mil.

O Núcleo Regional de Educação de Toledo também concluiu o processo de licitação para contratação das empresas que ficarão responsáveis pelos reparos nos colégios estaduais Vereador Francisco Galdino de Lima, de Toledo; Pio XII, de Maripá; e da Escola Estadual Shirley Saurin, de Palotina, que estão sendo beneficiados pelo Programa de Descentralização de Recursos, lançado em 2011 pela Seed.

A Secretaria também anunciou a construção de quadras poliesportivas cobertas em 99 escolas de diversas cidades do estado, com investimento total de R$ 32 milhões. Parte dos recursos vem do tesouro estadual e outro montante foi obtido junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Governo Federal.

O governo estadual pretende ainda ampliar o Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo, em Palotina, na região oeste do Paraná. O investimento de R$ 3,7 milhões pretende proporcionar melhorias para a formação profissional dos filhos dos produtores rurais da região.

A comunidade indígena também deverá ser beneficiada. Duas novas escolas serão construídas, uma na Ilha da Cotinga, no litoral do Estado, e outra em Inácio Martins, na região centro sul. A construção das escolas possibilitará que crianças indígenas estudem na sua própria comunidade, com professores indígenas, eliminando dificuldades como a distância destas comunidades das escolas não indígenas, além da própria linguagem.

Outra obra de melhoria se refere à instalação de ar-condicionado em cerca de 11 mil salas de aulas em escolas estaduais das regiões oeste, norte, noroeste e litoral. Também serão entregues 10 mil ventiladores de parede para estabelecimentos de ensino de todo o Paraná. Os recursos foram obtidos pelo governo estadual junto ao FNDE.