Cerca de 27% das instituições de ensino superior no Brasil, públicas e privadas, obtiveram conceito 1 (sofrível) ou 2 (insatisfatório) no Índice Geral de Cursos (IGC) de 2011. No Paraná, esse índice foi um pouco menor: 19,5%. Ao se avaliar a evolução do país nos últimos anos, porém, houve um aumento considerável em qualidade entre 2008 e 2011. Esse foi o balanço feito ontem pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante a divulgação dos resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que mede a qualidade das instituições, dos cursos e o desempenho dos estudantes universitários no Brasil.

Em entrevista coletiva, o ministro destacou o aumento no número de instituições de ensino que obtiveram conceito 3 (satisfatório), 4 (bom) e 5 (excelente) no Índice Geral de Cursos (IGC). No ano passado, mais de 60% das instituições públicas e privadas atingiram nota 3 (50,6%), 4 (8,9%) e 5 (1,3%). A média ficou cerca de 30% acima da alcançada no primeiro ano avaliado (2008). No Paraná, de um total de 195 instituições avaliadas, mais da metade teve IGC 3 e 12 tiraram 4. Nenhuma foi classificada com índice 5.

Para o ministro, o desenvolvimento de um sistema de avaliação, somado à aplicação de políticas públicas de acesso ao ensino, está melhorando significativamente a qualidade dos cursos. Segundo o consultor em gestão educacional Renato Casagrande, o índice realmente mostra uma melhora, mas o bom resultado não diz respeito somente aos incentivos governamentais. “A política pública é importante, mas vem acompanhada de um trabalho contínuo das instituições, principalmente privadas, para acompanhar as determinações de qualidade feitas pelo governo. Com índices baixos, elas acabam afastando os alunos e ficam sem recursos para existir. É até uma questão de sobrevivência”, afirma.

Mercadante garantiu que o baixo rendimento no IGC deve gerar restrições rigorosas para as instituições de ensino que não evoluíram em relação aos ciclos anteriores de avaliação. “Todos esses cursos [que não melhoraram] não terão acesso ao Prouni [Programa Universidade para Todos] e ao Fies [Fundo de Financiamento Estudantil]”, assegurou.

Segundo o ministro, além de esses dados guiarem as políticas públicas na área de educação, eles são importantes para que os estudantes façam sua escolha na hora do vestibular. “Um curso nível 1 não é recomendado e mesmo um nível 2 tem de ser olhado com muito cuidado e prudência.”

Para a coordenadora pedagógica de graduação presencial do Centro Uni­­versitário Uninter, Inge Suhr, a divulgação de índices como o Sinaes é importante para orientar os alunos que pretendem fazer um curso superior. “Com esses indicadores, vai ser cada vez mais comum os alunos começarem a descartar como opção aquelas instituições que não conseguem melhorar ao longo dos anos.”