Uma ordem de serviço expedida por Curitiba fez com que o Escritório Regional do DER (Departamento de Estradas e Rodagem) retirasse no mesmo dia o maquinário que tinha sido levado para o município de Porto Barreiro. Lá seriam realizadas obras de recuperação da PR 565, trecho entre a sede e Porto Santana. Após poucas horas a ordem recebida foi para não iniciar o serviço e carregar o maquinário de volta para Guarapuava. “Recebemos uma ordem de Curitiba para um trabalho emergencial na estrada do Guairacá”, disse o engenheiro Adilson Luiz de Lima, do DER em Guarapuava.

De acordo com o engenheiro, a estrada que liga o distrito do Guairacá a Guarapuava está sob judice desde a sua inauguração. Realizada pelo Governo do Estado na gestão do ex-governador Jaime Lerner a pavimentação de má qualidade começou a se deteriorar antes mesmo da obra ser concluída. A Prefeitura, na gestão do ex-prefeito Vitor Hugo Burko, não recebeu a obra, já que a estrada é municipal. Desde então, a Justiça determinou que o Estado é responsável pela trafegabilidade do trecho cabendo ao município os demais serviços de manutenção.
“Quando recebemos a ordem para executar o serviço na estrada do Guairacá tivemos que recolher o maquinário que estava em Porto Barreiro”, disse Adilson. O retorno aconteceu na quarta-feira (26).

A atitude, porém, indignou agricultores e o prefeito João Costa (PT), em Porto Barreiro. “O trabalho de recuperação da PR 565 é necessário e urgente”, disse o prefeito. Para João Costa, a ordem para que o serviço não fosse executado tem cunho politico. “Providenciamos o alojamento para a equipe do DER como nos foi solicitado, também providenciamos a pedra brita conforme foi combinado com os técnicos do órgão para que pudessem iniciar os trabalhos, e agora esta situação”, diz. Segundo o prefeito, a atitude do Governo do Paraná, vai prejudicar a população. “Os nossos agricultores não merecem passar por isso”, reage.

O prefeito lembra que a pavimentação do trecho da PR 565 foi definido pelo Território Cantuquiriguaçu durante audiência pública realizada em 2011 em Laranjeiras do Sul, e já incluída no Orçamento do Estado para 2012 e também no Plano Plurianual do Estado para 2012 a 2015.
Indignados com a decisão do Governo do Paraná, um grupo de agricultores que moram às margens da PR 565, foi à Promotoria Pública de Laranjeiras do Sul para que as máquinas não fossem retiradas, o que não aconteceu.