Um palco de 10 hectares ilumina-se todas as noites às margens da freeway, na altura do bairro Humaitá, zona norte da Capital. Adotado no ano passado, para que o cronograma de obras fosse cumprido à risca, o terceiro turno de trabalho na Arena do Grêmio virou atração turística para quem trafega pela rodovia que leva ao Litoral Norte. Carros circulam mais lentamente para que os gremistas tenham uma ideia melhor do estádio que frequentarão a partir de dezembro.

À noite, o ritmo de trabalho fica menos intenso. Durante o dia, 2,5 mil operários, a maior parte deles originária do Nordeste, tocam a obra. A partir das 19h, o contingente de trabalhadores é reduzido para 250 pessoas, cujo expediente se estende até 5h, com 90 minutos de intervalo. Depois das 22h, as britadeiras são desligadas, para não perturbar o sono de quem mora no entorno.

À noite, o trabalho é mais leve, para não provocar muito barulho. Não pode haver trânsito de caminhões, por exemplo. A atividade é mais de acabamento, instalações elétricas e limpeza — informa Eduardo Pinto, presidente da Arena Portoalegrense, empresa responsável por gerir a obra.

Não são apenas operários que circulam pelas obras. Jornalistas, entidades de classe e instituições cadastram-se para visitas diárias ao local, em grupos limitados a 30 pessoas, por questões de segurança. Aos domingos, quando não há jogo do Grêmio na Capital, os grupos de visitantes chegam a contar com 500 pessoas. São associados que já fizeram a migração do Olímpico para a Arena e querem conhecer em detalhes a nova casa. A circulação começa às 15h, uma hora depois de os operários finalizarem o dia de trabalho.

O avanço da construção é comemorado pela direção. Mais de 80% do trabalho já foi entregue pelos operários, que criaram laços de amizade com moradores da região e compensam dessa forma a distância da família, que visitam a casa dois meses. Esta semana, foi iniciado o acabamento externo, que empresta à obra o tom azul. Dia 30 de novembro, se não houver contratempos, a obra estará concluída.