O Ibama deu início aos trabalhos da Brigada Federal Rio das Cobras, inaugurada dia 21 de setembro, dia que se comemora o Dia da Árvore. A brigada está instalada na Aldeia Sede da Terra Indígena Rio das Cobras, no município de Nova Laranjeiras, no centro-oeste do Paraná.

A Rio das Cobras é uma brigada de prevenção e combate a incêndios florestais, formada por indígenas das etnias Kaingang e Guarani. Faz parte do Programa Federal de Brigadas do Ibama, coordenado pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). Ela é a primeira do Paraná e do Sul do país no âmbito do programa.

Na cerimônia, foi plantada a primeira araucária no "berço" da área de recuperação ambiental onde a Brigada Rio das Cobras está atuando, na Aldeia Monjolinho. Foi com as bênçãos do Chamoy Marcolino ("rezador" ancião da aldeia) e canções Guarani que brigadistas, a comunidade, servidores do Ibama e convidados plantaram mais de 60 mudas de espécies nativas para celebrar a data e o início de um trabalho promissor. A expectativa é de que a atuação da Rio das Ostras faça a diferença para o meio ambiente, para o território e, principalmente, para as pessoas, visto que no local há uma importante mina d'água.

A chefe da Divisão de Prevenção do Prevfogo, em Brasília, Paula Mochel Matos Pereira Lima, participou do evento. Segundo ela, a implantação da brigada consolida os esforços do governo federal na proteção a todos os biomas do país. "As ações de conscientização, monitoramento e prevenção aos incêndios florestais realizados pelos brigadistas na reserva indígena já demonstraram a efetividade do trabalho da brigada, o que foi ressaltado por todas as autoridades presentes durante o evento oficial de inauguração da base da BRIF Rio das Cobras", afirmou Paula Mochel.

Durante a cerimônia de inauguração, também houve plantio de mudas nativas na área de recuperação ambiental na Aldeia Monjolinho, em comemoração ao Dia da Árvore; a realização de oficinas e a apresentação do Coletivo da Juventude Indígena Goj Ki Pyn e Grupo Koe Jú Porã.

Para Thais Fernandes, responsável do Prevfogo no Paraná, o evento foi muito importante. "A inauguração da Brigada simboliza a concretização de um projeto do Prevfogo-PR aliado ao desejo da comunidade da Terra Indígena Rio das Cobras em proteger seu território e os remanescentes do Bioma Mata Atlântica dos prejuízos e danos causados pelos incêndios florestais".

Após processo de seleção, que contou com a participação de 103 candidatos, foram contratados 15 brigadistas indígenas para atuar no período crítico de ocorrência de incêndios florestais na região, entre julho e dezembro. A Brigada recebeu do Ibama veículo, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de combate a incêndios, como abafadores, bombas costais e sopradores, além de diversas ferramentas para uso em campo.

A equipe atua, prioritariamente, na prevenção e no combate aos incêndios florestais na Terra Indígena Rio das Cobras e na área de apoio estabelecida em Nota Técnica (Terras Indígenas de Mangueirinha e Boa Vista, assentamentos agrícolas federais vizinhos a TI Rio das Cobras e Parque Nacional do Iguaçu).

Quando acionada, a BRIF Rio das Cobras poderá prestar apoio a combates em outras localidades no Paraná e até mesmo do Brasil. Além das ações de combate a incêndios florestais, a brigada também tem realizado ações de prevenção relacionados ao tema fogo, como educação ambiental e de sensibilização das famílias residentes no território, monitoramento de queimadas e incêndios, rondas preventivas, abertura e manutenção de aceiros, queima controlada e recuperação ambiental.

Um dos objetivos principais da BRIF Rio das Cobras é a restituição da cobertura vegetal nativa do Bioma Mata Atlântica. A brigada restaurou o viveiro florestal existente na comunidade e já deu início ao trabalho de coleta de sementes e produção de mudas visando ao plantio para a recuperação de áreas degradadas, recuperação e proteção de nascentes e matas ciliares e implantação de sistemas agroflorestais.

Com o processo de restauração ambiental, a brigada visa associar as experiências de recuperação de área degradada com a mudança comportamental no trato dos recursos naturais disponíveis e às possibilidades de reparar erros cometidos no passado, propiciando equilibrar as necessidades socioambientais, produtivas e econômicas na Terra Indígena Rio das Cobras.

Fonte/foto: Assessoria Ibama