O Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná ficou lotado durante a Audiência Pública “Crise do Leite: em defesa dos produtores”. O evento foi realizado nesta terça-feira, 10, e organizado pela Frente Parlamentar de Apoio à Cadeia Produtiva do Leite, coordenada pelo deputado Wilmar Reichembach (PSD), que foi o proponente da audiência. “O momento é grave. Temos que encontrar um equilíbrio e estamos unidos porque é uma causa de todos!”, justifica Reichembach.
Além de Reichembach, marcaram presença os deputados Anibelli Neto (presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento Rural) e Luciana Rafagnin (líder do Bloco da Agricultura Familiar), Luis Corti e outros parlamentares ligados à causa do leite no estado. Estiveram presentes representantes de entidades, produtores e representantes de laticínios.
Para Hélio Surdi, prefeito de Bom Jesus do Sul e presidente da Comissão de Agricultura da AMP (Associação dos Municípios do Paraná) a iniciativa é importante em prol dos produtores de leite de todo o Brasil. “Estamos mobilizando uma comissão das regiões Sudoeste e Oeste para um encontro em Dionísio Cerqueira nesta semana”, disse. “Nosso pedido é que as propostas sejam concretizadas. Precisamos limitar a importação e que seja taxada adequadamente”, completou o prefeito.
Quem representou o Governo Federal foi o superintendente Regional da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) Valmor Bordin. Segundo ele, estão sendo criados dois programas federais de apoio ao produtor de leite, além da formação de grupo de trabalho para a Política Nacional do Leite, para adotar políticas específicas do leite e assim defender o produtor do país todo.
O secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, reconheceu que essa talvez seja a pior crise da história da cadeia do leite. “Precisamos proteger a nossa produção, fazer acordos para salvar o produtor. E temos que continuar evoluindo no desempenho”, afirmou. De acordo com Ortigara, há uma necessidade pontual de um tranco total. “O Brasil deveria ter habilidade política para parar de importar durante 6 meses ou um ano. Não defendo o protecionismo como medida econômica, mas neste caso, no curto prazo, seja uma maneira importante para salvar a produção de leite”, completou.
Propostas
O presidente da audiência pública, deputado Reichembach, comentou que dentre as propostas apresentadas no evento, destacam-se: o estabelecimento de quotas de importação com base no déficit nacional de abastecimento; a prorrogação das dívidas de custeio e investimentos (Pronaf, Pronamp, Inovagro); criação de linha especial e emergencial de custeio pecuário ao amparo do Pronaf e Pronamp com maior prazo; a inclusão do leite em todos os programas sociais e ampliar as compras no PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). “Vamos elaborar um documento com sugestões aos governos estadual e federal. Além de medidas emergenciais, precisamos de medidas estruturantes. produtor precisa de segurança para trabalhar”, finalizou Reichembach.
A crise
A queda do preço do leite pago aos produtores, os custos elevados de produção e, principalmente, a importação de leite da Argentina e Uruguai em pó são alguns fatores que desencadearam a crise do leite no país. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano, com produção em 98% dos municípios brasileiros, tendo a predominância de pequenas e médias propriedades. Os produtores de leite geram mais de R$180 bilhões no PIB brasileiro, sendo que 80% dos produtores brasileiros são agricultores familiares. O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com mais de 4 bilhões de litros e representa a cadeia produtiva mais importante para os agricultores familiares do estado.
Fonte/foto: Assessoria