Fevereiro é o mês do combate à broca-da-erva-mate (Hedypathes betulinus), uma das principais pragas dos ervais, conhecida também como besouro corintiano devido à coloração branca e preta. As larvas do besouro constroem galerias no tronco da erveira, o que impede a circulação normal da seiva, prejudica o desenvolvimento da planta e pode acarretar a morte do pé de erva-mate. O alerta sobre o prazo para o combate à praga é feito pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Embrapa Floresta, Conselho Gestor de Erva-Mate (Cogemate) e outras entidades ligadas ao setor florestal do mate. 

Segundo o extensionista Jonas Bianchin, engenheiro florestal do IDR-Paraná, a broca está presente em toda a região de erva-mate, especialmente em ervais antigos. Os besouros aparecem em dois períodos do ano. Primeiramente em novembro, quando emergem os filhotes, e em fevereiro, época de acasalamento dos insetos. Ele destaca que é comum os produtores desprezarem a praga. ?Se você pensar que uma planta leva cerca de cinco anos para iniciar a produção e a broca pode comprometer uma erveira, a perda para o produtor é significativa?, alerta Bianchin.

Para identificar a ocorrência do Hedypathes betulinus no erval, é preciso estar atento a alguns sinais. A fase adulta da broca, mais fácil de ser identificada em campo, é um besouro que mede aproximadamente 2,5 centímetros de comprimento, com o corpo de coloração geral preta, recoberto por pelos brancos ? daí o inseto ser conhecido como corintiano. Já na fase larval, quando ocorre o dano, as brocas estão alojadas nos troncos das erveiras e, durante o processo de broqueamento, a larva vai compactando atrás de si a serragem, sendo possível identificar a presença em função da serragem no pé da erveira.

MANEJO E CONTROLE: Segundo Bianchin, o impacto da praga é menor nos ervais bem manejados. Árvores sombreadas e que recebem periodicamente adubação orgânica ou química têm maior resistência ao ataque. O extensionista recomenda que os ervais sejam adubados a cada ciclo de colheita, para repor os nutrientes do solo. No entanto, um problema recorrente nas áreas de erva-mate é o uso de herbicidas não autorizados para a cultura. ?Muitos produtores usam o glifosato para combater o mato, o que é proibido por lei?, pontua. ?Esse produto acaba matando o mato e os inimigos naturais da broca, favorecendo a sua multiplicação descontrolada?.

A melhor forma de controlar a broca nos ervais é o uso do Bovemax, produto biológico desenvolvido pela Embrapa Floresta e registrado no Ministério da Agricultura e Pecuária. Ele tem como princípio ativo esporos do fungo Beauveria bassiana.Segundo a Embrapa, o fungo ataca os insetos adultos da praga, provocando a morte. Depois cobre o corpo do besouro e o deixa com uma aparência esbranquiçada. Nesta fase os insetos contaminados passam a transmitir o fungo para os sadios, ampliando o controle da praga. As aplicações são feitas em novembro e em fevereiro.

Fonte/foto: Agência Estadual de Notícias